Conseguimos mitigar os nossos desejos
Acalmar, os nossos corpos, a paixão;
Abafei,os teus gemidos, só com beijos;
Prolongando o meu prazer
B.
Abra a porta, meu amor
Podes entrar
Estava mesmo a tua espera
Estou pronta, para te amar...
Preparei a nossa cama
De um jeito bem especial
Flores, aromas, tudo para ti
Agora, faz valer...
Vem agora
Tira toda essa roupa
Que te sufoca...
Fica nú nos meus lençóis
Vem acariciar todo o meu corpo
Usa a tua língua
E um gemidinho no ouvido, também é muito bom...
Agora, segura a minha cintura
Sinte o calor, que brota do meu corpo
Vem, cavalgua
Delira enquanto me beijas
Assim é muito bom
Nesse cavalgar
Estamos, para nos deliciar...
Coloca a mão na minha boca
Não me deixes gritar
Pois o vulcão de prazer
Já vai explodir
E um lindo gozo, vai brotar...
Fátima Abreu
Ah, loucura de sensações
Loucura de paixões
Aguardo ansiosa, a tua chegada
Coração palpita
Meu desejo se libera
Em umidade
Que sai do meu corpo
Assim, molhada, por você...
Te espero
Se pudesse, faria os dias passarem
Em segundos...
Tanto falta ainda!
Quando você chegar
Basta perceber em meu olhar
O desejo intenso
De te amar, em delírio
De realizarmos tudo que dissemos
Em nossas confidências de amor
Dos desejos contidos em nosso corpo
Das nossas fantasias
Da nossa "química"
Desse calor que sobe pelo corpo
Que em suores de paixão
Vou tirando a roupa
Pensando em você
Meu tesão...
Meu macho, sou tua fêmea
Prepara o acasalamento
Será intenso, febril
De desejo e instinto selvagem
Assim como eu...
Fátima Abreu
Corpos suados, cabelos molhados,
As Pernas e braços entrelaçados,
Poemas pelos corações ditados,
É a escrita do corpo que é visitado.
Com meu toque sedoso, moroso,
Percorro teu corpo, belo, meloso,
Com minha língua e lábios sábios,
Saboreio tua tentação até ao fundo.
Os olhos abrem a porta a mundos,
De prazer, nossos corpos roçamos,
Desta realidade nos desligamos,
Sem medo o prazer entregamos.
Pelas nossas mentes viajamos
Milhas que jamais invejamos,
Amor precioso, sexo maravilhoso,
Gera a vida, como pode ser visto,
Sujo, com desdém e tanto nojo.
Bruno Dias
Ser o que não sou
é estar atolado de merda até ao pescoço,
é andar por aí às escondidas
em frente de toda a gente
a exibir o melhor fraque engelhado de maus cheiros.
Passar-me por quem não sou
é nadar numa piscina seca
e fazer de conta que a água está fria.
Que puta de hipocrisia
é ser o que não sou,
é como cheirar um ovo podre
e dizer que cheira bem sorrindo sem dentes.
Ser o que não sou
é ser merda em pessoa,
é mastigar terra suja de odor amargo
com ar de quem está a saborear um doce pudim,
apesar de há muito estar bolorento.
Ser o que não sou
é pior que estar na merda,
é ser a merda que não sou.
Sou a merda que sou
porque não sou essa merda
que me faço ser para não ser merda.
Henrique Fernandes
Apetece-me escrever como o Bocage
Mandar tudo para o caralho
E que se lixem as boas maneiras.
E num poema fodido
Porque estou com um humor de cão
Mando à merda a boa educação
E escrevo o que me apetece.
E dou um murro no poema
Como se desse um murro nas trombas
De quem não gosto e me chateia.
A merda que escrevo é só minha
Não sou correcta, educada, certinha
E na escrita sou
E faço o que me apetece!
Portanto mando a poesia para o caralho
E num poema fodido
Esmurro a página e a linha
Porque escrevo o que me apetece
E a merda que escrevo é só minha!
Porque estou farto de gente reles. Porque como alguém disse "O poema, sendo bem escrito (como sempre), tem uma característica adicional que eu prezo muito: dá um murro na vesícula às mentes tacanhas. E Portugal precisa muito disso... penso eu de que...". Porque me apeteceu.
Poema da Encandescente
Como jurei
Com verdade a dor que senti
Quantas noites em claro passei
A cagar para ti
Cagadas banais
Que eram toda a razão do meu ser
Cagalhões longos extensos, iguais
Ao meu grande sofrer
Ideias de Merda, quem as não tem
Ideias de Merda, pedaços de dor
Sentidas de alguém
Ideias de Merda
Cagalhões
Que num vai-vem
Levam bem
Saudades minhas
Ideias de Merda, quem as não tem
Porém de ti
Nem sequer uma Merda ou
Um cagalhão vulgar recebi
P'ra acalmar minha dor
Nem mesmo assim
Eu p'ra ti não deixei de cagar
Pois bem sabes que tu, para mim,
És a Merda do meu Viver...
Um original de merda por:
Luis Cagalhões (sem a merda da pala no olho)
monumento
tu
nua
num
momento
sem
nem
um
movimento
Neste Portugal imenso
Quando chega o verão,
Não há um ser humano
Que não fique com tesão
É uma terra danada,
É paraíso perdido.
Onde todo mundo fode,
Onde todo mundo é fodido.
Parece que a natureza
Vem a todos nos dizer,
Que vivemos neste mundo
Somente para foder.
Andava passeando
encontréi o mê amori
Pus-me estressando
Tal era o mê calori
Tropecei num caracóli
Fui c'as bentas ao chão
Estendido ali ao sóli
Pedi logo a sua mão
A moça tod'encarnada
disse qu´eu era louco
dê-me uma estalada
e disse qu'era pouco
Mas a cousa piorou
quando ma declarei
Disse-lhe tudo o que sou
e ali mesmo m' atirei
Home de poucas letras
mostrei minhas virtudes
Na me fio cá em tretas
Assumi as atitudes
Levei mais um murro
vi mas de mil estrelas
Mais esperto é mê burro
que sabe escolhe-las
na se mete nas encrecas
e está sempre a comer
Más tardi cand'acordei
ca barriga a dar horas
lá m'alevantei
dorido e com demoras
Nã sê se foi do tinto
ou talvez das chouriças
Fora compadre Jacinto
que m'arreara nas bêças
M Alentejano